Carta aberta

Nenhum direito a menos!

A FEPEFI – Federação Interestadual dos Profissionais de Educação Física, decidiu, em reunião realizada no último dia 9 de março, se unir em torno da palavra de ordem empenhada pelas centrais trabalhistas, dizendo não às reformas previdenciária e trabalhista que o governo federal quer empurrar goela abaixo do trabalhador e da sociedade brasileira.

Composta por cinco sindicatos fundadores (São Paulo, Tocantins, Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Norte), a FEPEFI recebeu, no encontro realizado na Capital paulista, diversas entidades afins que, inclusive, revelaram interesse em integrar os quadros da Federação (Ceará, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul). O objetivo: formar uma entidade de nível nacional.

Crê a FEPEFI que a crise social, política e econômica do Brasil não foi criada pelo povo, mas sim por influências internacionais somadas a desmandos – os mais perversos e condenáveis – cometidos pelos governos, num verdadeiro assalto ao erário.

Para atacar o problema, o Executivo, de forma cega e obsessiva, quer jogar a culpa nas costas de quem efetivamente trabalha, produz e faz o País crescer.

Agindo assim, poupa as elites, o sistema bancário, os empresários e pune o povo com impostos em escala insuportável e desemprego nunca antes visto, pois o percentual ampliado de gente sem trabalho supera a casa dos 22% (contando quem partiu para a informalidade e para o subemprego).

Não é arte do povo brasileiro, também, a situação em que se encontra a Previdência. Sim, pois o dinheiro é todo ele administrado pelo governo.

Exigir que homens e mulheres contribuam por 49 anos e só possam se aposentar aos 65 anos, é digno de monarquias absolutistas ou ditaduras impiedosas.

A FEPEFI é de opinião que o retorno da Nação rumo à retomada do crescimento econômico deve ter, como foco, o desenvolvimento social da população. E isso não pode ser feito retirando direitos adquiridos pela classe trabalhadora.

As mudanças pretendidas atingem diretamente as pessoas que sobrevivem de salário mínimo. Além do mais, endurecem qualquer ingresso (possível e plausível) em programas previdenciários.

A falta de diálogo do Executivo para com as lideranças trabalhistas cria um abismo que pode engolir as esperanças da sociedade.

Outras possibilidades poderiam ser analisadas, como, por exemplo, a venda imediata de 16 mil imóveis pertencentes ao governo que, aliás, poderia cobrar os mais de R$ 1 trilhão de dívidas pendentes.

E mais: a mídia registra que devedores da Previdência Social acumulam uma dívida de R$ 426,07 bilhões, quase três vezes o atual déficit do setor, que foi cerca de R$ 149,7 bilhões no ano passado.

Na lista, que tem mais de 500 nomes, aparecem empresas públicas, privadas, fundações, governos estaduais e prefeituras que devem ao Regime Geral da Previdência Social.

Tal levantamento foi feito pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Cobrá-las, de forma rigorosa, não seria outra alternativa?

Seria boa iniciativa, também, o desenvolvimento, pelo governo federal, de um Programa Nacional de Combate a Fraudes do Sistema Previdenciário e Trabalhista, a exemplo do que estão fazendo a Polícia Federal e o Ministério Público no campo da corrupção.

O método neoliberalista adotado não descarta a política de terceirização nua e crua, fazendo com que o trabalhador brasileiro vá a passos largos em direção à informalidade, ou seja: o fim da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho – está traçado!

A FEPEFI e seus sindicatos filiados mobilizará a categoria diferenciada do profissional de Educação Física para dar um não, rotundo e contumaz, a tudo aquilo que os tecnocratas, baseados em Brasília, chamam de reformas.

Sempre unidos na defesa da classe trabalhadora,

 

São Paulo, 10 de março de 2017.

José Antonio Martins Fernandes

Presidente da FEPEFI